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Ingestão de gorduras na dieta e sobrevida ao câncer de mama

Artigo:
Low-Fat Dietary Pattern and Cancer Mortality in the Women's Health Initiative (WHI) Randomized Controlled Trial.
Autor(es):

Rowan T Chlebowski, Garnet L Anderson, et all

  • novembro - 2019

Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos

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O câncer de mama é a neoplasia maligna mais diagnosticada nas mulheres brasileiras, excluído o câncer de pele. Atualmente são previstos 59.700 novos casos da doença, no Brasil, ao ano.

Estudos observacionais sobre ingestão de gordura na dieta e câncer de mama têm apresentado achados inconsistentes. Em janeiro de 2019, foram publicados resultados do ensaio clinico Women’s Health Initiative (WHI) Dietary Modification (DM). Este estudo visou avaliar a influência da dieta com pouca gordura em relação à incidência e prognóstico do câncer de mama.

A pesquisa avaliou 48.835 mulheres, na pós menopausa em 50 e 79 anos, sem câncer de mama. E com ingestão de gordura igual ou superior a 32% da energia total dieta. Elas foram separadas em dois grupos, aleatoriamente, de 1993 a 1998 e seguidas por mais de oito anos. Um grupo manteve dieta usual e no outro foi reduzida a ingestão de gordura para 20% da energia e foi estimulada a ingestão de vegetais, frutas e grãos. A intervenção alimentar restringiu significativamente a ingestão de gordura; aumento da ingestão de frutas, vegetais e grãos com modesta perda de peso (3%) (todos P <0,001). Durante 8,5 anos de intervenção dietética houve 8% menos casos de câncer de mama, mas sem diferença significativa na sobrevida. Porém, analisando as mortes por qualquer causa após diagnóstico por câncer de mama, houve uma redução significativa de óbitos no grupo com intervenção alimentar.

Durante 17,7 anos de acompanhamento com 3867 mortes após todos os cânceres, a redução nas mortes após câncer de mama continuou no grupo de intervenção alimentar (HR = 0,85, IC 95% = 0,74 a 0,99, P = 0,03). Entretanto, em maio de 2019, o mesmo grupo apresentou, no Encontro Anual da ASCO, novos dados, com maior tempo de acompanhamento, intitulado Low-fat dietary pattern and long-term breast cancer incidence and mortality: The Women’s Health Initiative randomized clinical trial” (DOI: 10.1200/JCO.2019.37.15_suppl.520). Eles verificaram que após um acompanhamento cumulativo de 19,6 anos (mediano) em longo prazo, com incidência de 3.374 cânceres de mama, a redução significativa nas mortes após câncer de mama continuou (com 1.011 mortes, HR 0 · 85 95% CI 0 · 74-0 · 96) e surgiu uma redução significativa nas mortes por câncer de mama (câncer de mama seguido de morte atribuída ao câncer de mama) (com 383 mortes, HR 0 · 79 IC 95% 0 · 64-0,97).

Esses achados fornecem a primeira evidência de ensaio clínico randomizado de que uma mudança na dieta pode reduzir o risco de morte por câncer de mama em mulheres na pós-menopausa.

Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos

Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos

Mestre em Ciências da Saúde; Membro do Comitê Científico de Mastologia da Sogimig
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  • Cirurgia ginecológica
  • Coronavírus Covid-19
  • Endometriose
  • Ginecologia e Obstetrícia
  • Ginecologia e Obstetrícia Preventiva
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  • Uroginecologia e disfunções do Assoalho pélvico
  • Vacinação
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Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos
Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos

Ingestão de gorduras na dieta e sobrevida ao câncer de mama

Artigo:

Low-Fat Dietary Pattern and Cancer Mortality in the Women's Health Initiative (WHI) Randomized Controlled Trial.

Autor(es):
Rowan T Chlebowski, Garnet L Anderson, et all

O câncer
de mama é a neoplasia maligna mais diagnosticada nas mulheres brasileiras,
excluído o câncer de pele. Atualmente são previstos 59.700 novos casos da
doença, no Brasil, ao ano.

Estudos
observacionais sobre ingestão de gordura na dieta e câncer de mama têm
apresentado achados inconsistentes. Em janeiro de 2019, foram publicados
resultados do ensaio clinico Women’s Health Initiative (WHI) Dietary
Modification
(DM). Este estudo visou avaliar a influência da dieta com
pouca gordura em relação à incidência e prognóstico do câncer de mama.

A pesquisa avaliou 48.835 mulheres, na pós menopausa em 50 e 79 anos,
sem câncer de mama. E com ingestão de gordura igual ou superior a 32% da
energia total dieta. Elas foram separadas em dois grupos, aleatoriamente, de
1993 a 1998 e seguidas por mais de oito anos. Um grupo manteve dieta usual e no
outro foi reduzida a ingestão de gordura para 20% da energia e foi estimulada a
ingestão de vegetais, frutas e grãos. A intervenção alimentar restringiu
significativamente a ingestão de gordura; aumento da ingestão de frutas,
vegetais e grãos com modesta perda de peso (3%) (todos P <0,001). Durante
8,5 anos de intervenção dietética houve 8% menos casos de câncer de mama, mas
sem diferença significativa na sobrevida. Porém, analisando as mortes por
qualquer causa após diagnóstico por câncer de mama, houve uma redução
significativa de óbitos no grupo com intervenção alimentar.

Durante 17,7 anos de acompanhamento com 3867 mortes após todos os
cânceres, a redução nas mortes após câncer de mama continuou no grupo de
intervenção alimentar (HR = 0,85, IC 95% = 0,74 a 0,99, P = 0,03). Entretanto, em maio de 2019, o mesmo grupo apresentou, no
Encontro Anual da ASCO, novos dados, com maior tempo de acompanhamento,
intitulado Low-fat dietary pattern and long-term breast cancer incidence and
mortality: The Women’s Health Initiative randomized clinical trial
” (DOI: 10.1200/JCO.2019.37.15_suppl.520). Eles verificaram que após um acompanhamento cumulativo de
19,6 anos (mediano) em longo prazo, com incidência de 3.374 cânceres de mama, a
redução significativa nas mortes após câncer de mama continuou (com 1.011
mortes, HR 0 · 85 95% CI 0 · 74-0 · 96) e surgiu uma redução significativa nas
mortes por câncer de mama (câncer de mama seguido de morte atribuída ao câncer
de mama) (com 383 mortes, HR 0 · 79 IC 95% 0 · 64-0,97).

Esses achados fornecem a primeira evidência de ensaio clínico
randomizado de que uma mudança na dieta pode reduzir o risco de morte por
câncer de mama em mulheres na pós-menopausa.

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