No Dia Internacional das Mulheres, conheça algumas que fizeram diferença no campo da Medicina

 

Quando mais um Dia Internacional das Mulheres se aproxima, temos que lembrar daquelas que se destacaram e se destacam em diferentes áreas, por feitos importantes para a sociedade e o mundo.

Pioneiras em áreas diversas, deram sua contribuição e deixaram seu nome gravado na História. Essas mulheres representam todas as outras que, mesmo no anonimato, lutam em seu dia a dia por uma vida melhor, para elas, seus filhos e suas famílias.

Dentre os campos em que muitas mulheres têm se destacado ao longo dos anos, está o da saúde. Queremos compartilhar com vocês algumas dessas incríveis mulheres e suas contribuições para o Brasil e para o resto do mundo. Acompanhe!

Ontem e hoje: mulheres destaques nas várias áreas da saúde

Acompanhe agora a história dessas notáveis mulheres, algumas que lutaram pelo seu espaço em uma época em que mulheres sequer podiam cursar uma graduação. Acompanhe!

As primeiras médicas brasileiras

Maria Augusta Generoso Estrela

Maria Augusta Generoso Estrela nasceu no Rio de Janeiro, em 1860. Teve sua educação no exterior e quando voltou, demonstrou ao seu pai o interesse em cursar Medicina.

Na época, as faculdades brasileiras não aceitavam matricular mulheres, então ela foi estudar fora, em Nova York. No entanto, ainda não conseguiu se matricular, pois tinha apenas 16 anos e a faculdade exigia que as jovens

tivessem 18 anos completos. Ela não desistiu, explicou seus motivos a uma junta médica, fez exames de admissão e foi aprovada.

Terminou seus estudos com uma bolsa, autorizada por decreto por D. Pedro II, pois a companhia em que seu pai trabalhava faliu e ele não teve mais condições de arcar com as despesas de seus estudos.

Voltou ao Brasil em 1882 e em 1884 se casou com um farmacêutico e passou a trabalhar principalmente na farmácia do marido, local em que também montou um consultório nos fundos e atendia mulheres e crianças.

Rita Lobato Velho Lopes

Embora tenha iniciado seus estudos quando Maria Augusta Generoso Estrela já atuava como médica, a gaúcha Rita foi a primeira médica a se formar em uma faculdade brasileira e também a exercer a Medicina no país.

A gaúcha foi bastante corajosa, pois, em um cenário predominantemente masculino na época (século 19), mobilizou sua família, que se mudou para o Rio de Janeiro, onde Rita iniciou sua graduação, embora não tenha ficado lá, pois terminou sua faculdade de Medicina na Bahia.

Em 1887, a gaúcha defendeu sua tese “Paralelo entre os métodos preconizados na operação cesariana”. Sua especialidade em Obstetrícia teve a influência de um trauma em sua vida: a morte da mãe durante o parto de seu irmão caçula.

A criadora da Escala de Apgar

Virgínia Apgar

A médica americana Virgínia Apgar criou um método rápido de avaliação de recém-nascidos, a Escala de Apgar. Esse método ajudou a diminuir casos de mortalidade neonatal.

A brasileira que descobriu a relação entre o Zika Vírus e o surto de microcefalia no Nordeste

Adriana Melo

Adriana Melo é especialista em Obstetrícia e Saúde Materno-Infantil e faz um importante trabalho relacionado a gestações de risco, em maternidades públicas da Paraíba.

Foi Adriana quem descobriu a ligação entre a infecção pelo Zika Vírus e o surto de microcefalia no Nordeste. Sua descoberta foi divulgada em 2016 em uma das revistas médicas mais famosas, a The Lancet.

A pioneira em cardiologia pediátrica

Helen Brooke Taussig

Helen, uma cardiologista americana, foi a pioneira em cardiologia pediátrica. A médica teve uma contribuição importante na cirurgia de Blalock-Taussig, em meados de 1944, para tratar a síndrome de tetralogia de Fallot em bebês, abrindo caminho para intervenções cirúrgicas cardíacas em crianças.

A médica defensora do direito reprodutivo feminino

Rebecca Gomperts

Rebecca Gomperts é uma médica e ativista holandesa conhecida pelo seu trabalho em direitos reprodutivos e acesso aos serviços de aborto.

Ela fundou a organização Women on Waves em 1999, que opera um navio fornecendo abortos médicos e informações em águas internacionais fora dos países onde o aborto é ilegal.

A organização tem como objetivo conscientizar sobre leis restritivas ao aborto e fornecer serviços de aborto seguros às mulheres necessitadas.

A primeira mulher na história a conquistar formalmente o título de médica

Elizabeth Blackwell

Elizabeth, nascida no Reino Unido, é considerada a primeira mulher a receber formalmente o título de médica, assim como é considerada a primeira a exercer Medicina nos Estados Unidos e a primeira a se tornar doutora.

Entre seus feitos, também se destaca a criação de uma faculdade de Medicina para mulheres em 1868. Anos depois se tornou professora de Ginecologia em uma escola de medicina para mulheres em Londres.

A segunda médica a se formar no Brasil

Ermelinda Lopes de Vasconcelos

Assim como Rita Lopes, Ermelinda também era gaúcha e fez uma brilhante trajetória na Medicina.

Foi a segunda mulher a se formar em Medicina no país e a primeira no Rio de Janeiro. Consta entre seus feitos na obstetrícia a realização de mais de 10 mil partos.

A primeira médica negra no Brasil

Maria Odília Teixeira

Em 1909 uma mulher negra fazia história no Brasil. Pouco mais de duas décadas da abolição da escravatura, em país que delimitava espaços sociais e no qual as possibilidades de ascensão acontecia por critérios estabelecidos por condição racial e de gênero, ter uma mulher negra médica foi um dos marcos mais importantes nas questões raciais e de gênero.

Maria Odília Teixeira se formou na Faculdade de Medicina da Bahia e cinco anos após sua graduação, também se tornou a primeira professora negra dessa faculdade, lecionando Clínica Obstétrica.

Outras mulheres importantes na saúde

Zilda Arns

Zilda Arns foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira, nascida em 1934. Ela foi fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, uma organização vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dedicada ao cuidado e à promoção da saúde de crianças e gestantes em comunidades carentes.

Nise da Silveira

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira, nascida em 1905. Ela foi uma das pioneiras no tratamento da saúde mental no Brasil, sendo reconhecida por sua abordagem humanizada e inovadora no tratamento de pacientes psiquiátricos.

Estudou na Faculdade de Medicina da Bahia, única mulher entre 100 homens, no início da década de 40. Ao longo de sua vida, Nise da Silveira desafiou o estigma em torno das doenças mentais e trabalhou incansavelmente para promover uma abordagem mais compassiva e inclusiva no tratamento psiquiátrico.

Seu legado continua a inspirar profissionais da saúde mental em todo o Brasil e no mundo. Nise faleceu em 1999, deixando um impacto duradouro na história da psiquiatria brasileira.

Gerty Cori

Gerty Cori foi uma renomada bioquímica nascida na atual República Tcheca, em 1896, e naturalizada estadunidense.

Ela foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, que compartilhou com seu marido, Carl Cori, e com Bernardo Houssay, em 1947, por suas descobertas sobre o metabolismo do açúcar e o processo de glicogênese.

Françoise Barré-Sinoussi

Françoise Barré-Sinoussi é uma renomada virologista francesa, nascida em 1947. Ela é conhecida por sua contribuição fundamental para a identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).

Barré-Sinoussi, juntamente com seu colega Luc Montagnier, isolou e identificou pela primeira vez o HIV em 1983, um avanço científico crucial que revolucionou a compreensão e o tratamento da AIDS.

Além dessas, muitas outras contribuíram significativamente para várias áreas da saúde. Impossível listar todas, por isso, selecionamos algumas.

Esperamos que tenha gostado do nosso post de hoje!